FAMÍLIA: UNIÃO ENTRE TRABALHO E FESTA


Celebramos, em toda a Igreja no Brasil, a Semana Nacional da Família. A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB e a Comissão Nacional da Pastoral Familiar lançaram o tema deste ano que é: “Família: trabalho e festa”. O trabalho e a festa estão intimamente ligados à vida das famílias: Condicionam suas escolhas, influenciam o relacionamento entre os cônjuges e entre pais e filhos, incidem sobre a relação da família com a sociedade em geral e com a Igreja. A Bíblia (Gênesis 1-2) nos diz que a família e o trabalho constituem dádivas e bênçãos de Deus para nos ajudar a viver uma existência plenamente humana.
O livro dos Atos dos Apóstolos oferece-nos a imagem da primeira comunidade dos cristãos, praticantes da fé entre a casa e o templo. A festa e o domingo constituíam o momento para renovar a vida da comunidade, de tal modo que os fiéis assumiam o ambiente da vida familiar e a família se abria ao horizonte da comunhão eclesial. A festa do dia do Senhor nos lança para a além de nós mesmos, é dia de comunhão e da missão. Jesus quer libertar a família das discórdias, ajudar a superar os obstáculos e quer que na unidade dela ser instrumento de união entre as famílias com esse trabalho fazer uma verdadeira festa cristã com Cristo no centro de tudo.
A narração bíblica das origens apresenta a criação do ser humano, homem e mulher, como obra de Deus, fruto do seu trabalho. Deus cria o ser humano, como o oleiro que modela o barro. O homem, por sua vez, tem de Deus a liberdade de trabalhar na natureza, cultivando-a e guardando. O sopro de vida que Deus infunde na humanidade, dá a ela criatividade, força, genialidade e vigor para colaborar na sua obra criadora.
Ao celebrarmos em nossas comunidades a Semana Nacional da Família, a Igreja no Brasil quer, uma vez mais, salientar a importância da família, que, talvez mais que outras instituições, têm sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura na pós-modernidade. Por isso, é fundamental um olhar atento, dirigido com carinho, afeto e atenção à família, patrimônio da humanidade e tesouro dos povos.
Tradicionalmente a Igreja no Brasil celebra desde 1992 a Semana Nacional da Família. Ela teve início como resposta à inquietação, ao descontentamento e ao desejo de fazer alguma coisa para defesa e promoção da família, cujos valores vêm sendo agredidos sistematicamente na sociedade atual. Escolhendo-se, então, a semana seguinte ao Dia dos Pais, no mês de agosto, por ser o mês vocacional. Conta-se com os subtemas publicados no subsídio “hora da família” que nos ajudam a aprofundar esse importante assunto e, principalmente, nos motiva a viver ainda mais como famílias cristãs.
 Neste ano, a Semana Nacional da Família ocorrerá entre os dias 12 e 18 de agosto. Sua proposta é ajudar a reforçar os laços familiares de nosso povo, proporcionando, assim, que as células saudáveis do tecido social ajudem o nosso corpo a viver melhor. O Concílio Vaticano II afirmou que a família é a “Igreja Doméstica”, lugar em que Deus reside e é reconhecido, amado, adorado e servido.  Além disso, ensinou que a salvação da pessoa e da sociedade humana está intimamente ligada à condição feliz da comunidade conjugal e familiar. Por isso, um olhar atento haverá de ser dirigido à família, que deve ser considerada um dos eixos transversais de toda ação evangelizadora da Igreja.
Consoante ao Documento de Aparecida, a “família é um dos tesouros mais importantes dos povos latino-americanos e é patrimônio da humanidade inteira. Em nossos países, uma parte importante da população está afetada por difíceis condições de vida que ameaçam diretamente a instituição familiar. Em nossa condição de discípulos e missionários de Jesus Cristo, somos chamados a trabalhar para que esta situação seja transformada e que a família assuma sua identidade e sua missão no âmbito da sociedade e da Igreja”. (DAp 451)
A família é uma instituição de origem divina, com semelhança à família trinitária. Ela somente readquirirá a dignidade que foi perdida quando voltar a ser o reflexo da família trinitária, na qual Deus não só é Pai, mas paternidade, Jesus Cristo não é apenas filho, mas filiação e o Espírito Santo, não é somente união, mas unidade.
A família, para cumprir sua missão de autora do bem-estar do ser humano, terá que, cada vez mais, ser poço de paternidade, berço da filiação e comunidade de amor. A Pastoral Familiar poderá contribuir para que a família seja reconhecida e vivida como lugar de realização humana, a mais intensa possível, na experiência de paternidade, maternidade e filiação. A família é lugar de trabalho e de festa.
O vínculo matrimonial que nasce do amor recíproco se exprime pelo juramento conjugal, que começa e se realiza diante da infinita majestade de Deus por aquele mesmo amor com que o Pai nos amou no seu Filho, Jesus Cristo, e nos santifica pelo Espírito desse Amor, que é o Espírito Santo. A Semana da Família é um dos grandes programas missionários da igreja, e por isso deve ser planejada com antecedência para que atraia também as famílias de amigos da Igreja.

Jaciel Dias de Andrade
3º ano de filosofia
Diocese de Guanhães

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